07 / 2016

Reporting from the Eastern borders

Arquitecturas e estratégias culturais de 5 jovens países em Veneza [Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Letónia, Estónia e Lituânia]

Por Inês Moreira
“Because, regardless of whether the space is treated as a resource or as an existential foundation, its quality and its future bother each of us”.
Branimir Gvozdenovic 
Ministro do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Montenegro

Respondendo ao tema geral da Bienal de Veneza de Arquitectura – Reporting from the Front – um conjunto interessante de pavilhões de países do (novo) Leste Europeu explora, radicalmente, questões específicas das suas nacionalidades, arquitectura e território dando-lhes visibilidade e, talvez, resolução internacional, enquanto arriscam um novo entendimento e abordagem ao potencial de participação de pequenos países no gigante evento internacional que é Veneza.

O que têm em comum estes países, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Letónia, Estónia e Lituânia? Tal como Portugal, nenhum dos cinco países tem pavilhão nacional em Veneza, são países com economias pobres e onde a política cultural não é prioritária. Vistos desde Portugal, cujas fronteiras centenárias levam intuitivamente a pensar que noções como país, nacionalidade, identidade ou, mesmo, língua, são elementos estáveis e coesos, todos – Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Letónia, Estónia e Lituânia – se debatem com as suas novas fronteiras e identidade interna para, a partir de questões nacionais, se posicionarem na comunidade internacional enquanto propositores de debate sobre arquitectura.

 
 
Bósnia e Herzegovina

“Sarajevo Now: The people´s Museum” é um evento colateral de uma rede informal que cria assim o primeiro pavilhão da Bósnia e Herzegovina, país sem pavilhão pois o antigo edifício Jugoslavo é hoje Sérvio (não tem, também, Ministério da Cultura). Sarajevo Now, apresentado no recinto do Arsenale num espaço cedido pela Municipalidade Veneziana, é o esforço de uma 2ª geração de refugiados nascidos/educados fora da Bósnia e que pretendem sensibilizar a comunidade internacional para a reconstrução após a guerra e para o que há ainda que fazer. Para tal, contam com o apoio da ETHZurich e do Urban Think Tank (que também partilha o espaço e apresenta uma retrospectiva), para dar visibilidade e provocar discussão internacional através do estudo e projecto sobre “um ícone heróico de resistência e resiliência”, o Museu do Povo criado em 1945 e inaugurado em 1963 (então Museu da Revolução), hoje com mazelas e marcas dos bombardeamentos da linha de frente. Uma película utópica, à la Christo, ou à la Cedric Price, envolve o edifício do museu depauperado (hoje com funcionamento incipiente através de voluntários sem recursos para o manter) propondo um novo modo de urbanidade. A proposta do pavilhão é descobrir um modelo alternativo de regeneração urbana que possa ter epicentro no museu e a partir dele e das memórias da resistência criar uma nova urbanidade, com participação cidadã na programação e manutenção do edifício. (curador: Haris Piplas, investigação e maquete:  Sabina Biser, Mersel Bujak, Masha Aganovic).

 

 
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©Daniel Schwartz
©Daniel Schwartz
©Daniel Schwartz
©Jim Marshall
©Jim Marshall
©Daniel Schwartz
 
Montenegro

Project Solana Ulcinj” é o projecto peculiar com que Montenegro se apresenta em Veneza, criando propostas visionárias gerando debate internacional sobre o futuro de uma vasta área pós-industrial que levanta problemas ecológicos transnacionais: destino de turismo de massas, parque ecológico mediterrânico, ou reindustrialização? Debruçando-se sobre os terrenos pós-industriais que resultaram do abandono das grandes salinas industriais junto ao mar Mediterrâneo, Bart Lootsma e Katharina Weinberger, envolveram ateliers dedicados à arquitectura paisagista em diversos países (3+1 por concurso) procurando para mapear a realidade hoje existente tanto física, ecológica e animal, antecipando possíveis futuros para a região, no modelo holandês de projecção de questões futuras, tal como o fez a cidade de Roterdão. Aproveitando a visibilidade de Veneza, o projecto tem natureza processual e estrutura-se em diferentes momentos: simpósio de reflexão em Montenegro, levantamento e projecto no terreno, exposição e simpósio internacional em Veneza, simpósio e summer school em Montenegro. Isto é, a exposição em Veneza é uma fase do projecto em curso, que se estenderá em Montenegro ao longo do Verão.

Os projectos expostos são dos ateliers ecologicSTUDIO, LAAC Architects, LOLA Landscape Architects, e dos jovens montenegrinos The Trigger 50/50, e empregam diversas abordagens ao paisagismo, operando entre estratégias e tecnologia: os algoritmos generativos que procuram compreender os movimentos migratórios das aves, as nuvens 3D que mapeiam a realidade topográfica e o edificado abandonado numa nova amálgama material no terreno, o levantamento exaustivo de espécies animais e de comportamentos ambientais, bem como pela criação de novos sistemas mecânicos para manter a natureza artificializada (hoje a salina atrai flamingos e outras aves que usualmente não passavam pela região). Todos os quatro projectos são propostas utópicas, para especulação futura e debate.

Foi o longo debate (cerca de 5 horas) que ocorreu no pavilhão a 29 de Maio que demonstrou a abertura e profundidade das questões específicas em conflito no terreno e as implicações políticas dos projectos e das ideias da arquitectura. As propostas (utópicas) perturbam os interesses de empresas alemãs no terreno dedicadas à criação de hotéis/turismo de massas, surgindo ameaças aos curadores vindas de diplomatas alemães e agentes vários que vêm os seus planos sabotados, a par das preocupações que os activistas ambientais e ornitólogos montenegrinos manifestam relativamente ao ecossistema. No debate, entre os autores e agentes, estava também presente um “gestor de conflitos” demonstrando o relevo da temática (e a tensão entre as partes envolvidas) e o trabalho que um pavilhão pode permitir.

 

 
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©Dijana Vucinic (ORPUA)
©Dijana Vucinic (ORPUA)
©Dijana Vucinic (ORPUA)
 
Báltico

Reunindo pela primeira vez num pavilhão único e usando a designação geográfica daquela região europeia, o Pavilhão Báltico assume uma posição geopolítica e envolve-se com esforços ”transformadores em jogo para reprogramar uma região inerte para além da separação em estados-nação”. Estónia, Letónia e Lituânia, reunidos através de uma grande equipa de 9 curadores que venceram concursos nacionais para os respectivos pavilhões, distanciam-se da identidade nacional de cada um dos países para “espacializarem” a nova época geológica em que Humanidade entrou, o Antropoceno. O pavilhão ocupa um edifício brutalista construído em betão por Enrichetto Capuzzo, em frente ao Arsenale, para servir de pavilhão desportivo e de campos de treino (que convivem). A escala “brutal” do pavilhão surpreende o visitante e explora a sua totalidade: ambas as bancadas e campo de basket servem de dispositivo onde estão instalados conteúdos (nos degraus, em mesas, no chão) sob uma superfície têxtil topológica que unifica as bancadas e cria o efeito de porosidade entre subsolo, superfície e atmosfera, remetendo para a escala humana dos corpos que deambulam estratigraficamente, bancada acima e abaixo. O pavilhão torna-se numa secção metafórica da região em análise, apresentada através de fragmentos da exploração mineira, de novos materiais construtivos, documentos técnicos de origem soviética, amostragens geológicas, ou ainda na apresentação da maquete do novo museu Nacional da Estónia, com 350 metros de comprimento ao longo de uma pista de aviação militar soviética, a inaugurar em Tartu em Setembro deste ano. Matéria, material, obra, mas também ficção, subjectividade e estratégia estão presentes na extensa exposição disposta segundo 8 núcleos: Esforços transformadores, Inércia, Realidade, Região, Antropoceno, Horizonte, Atmosfera, Palasport. Um livro de ensaios acompanha a exposição, criando o contexto intelectual e inscrevendo a questão regional no debate internacional, através da Sternberg Press. Uma das autoras, a teórica Keller Easterling, proferiu uma conferência sobre o seu livro “Extrastatecraft, The Power of Infrastructure Space” propondo uma leitura da região e dos poderes por detrás das infraestruturas que operam e gerem zonas económicas autónomas. 

 

 

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©David Grandorge
©David Grandorge
©David Grandorge
©David Grandorge
©David Grandorge
©David Grandorge

 

 

“A Oeste Nada de Novo”, dizia Erich Maria Remarque, entrincheirado. Há, hoje, novidades interessantes no Oeste Europeu, como o diálogo intergeracional e arregional sobre a adaptação à realidade da crise imobiliária em Espanha, envolvendo autores antitéticos como as activistas Cadelas Verdes, ou Jordi Badia. Contudo, é facto que a Leste há muito o que ver, ampliando o sentido da representação nacional, e do campo disciplinar da arquitectura: da reflexão sobre a identidade colectiva encapsulada no edifício de um Museu Moderno e leitura da memória histórica (comunista) a partir dos grupos de resistência (Bósnia), à leitura da nova ecologia de origem humana e proposta de intervenção na paisagem pós-industrial (Montenegro), ao levantamento do território em função de categorias híbridas como o antropoceno, a infraestrutura, as matérias primas ou a energia. 

Estes pavilhões do Leste Europeu permitem descobrir os países e as problemáticas que a arquitectura enfrenta, mas também permitem aprender com estas “estranhezas” nacionais, tanto no que toca às visões de nacionalismo, região ou fronteira, como na expansão que propõe do papel da arquitectura e dos Arquitectos enquanto agentes de questões mais vastas. O que significa representar um país através de um pavilhão, que implicações terão estas representações no futuro? Estas questões ficam por responder, mas os limites dos pavilhões estão cada vez menos fixos e as possibilidades levantadas terão seguramente efeitos, ao nível da recuperação, do debate paisagista e territorial, mesmo da inscrição de novas identidades regionais, o que não é pouco considerando a efemeridade das exposições de arquitectura.

A ambiguidade da fotografia de arquitectura enquanto prática artística

Por Susana Ventura

A exposição Ficção e Fabricação: Fotografia de Arquitectura após a Revolução Digital, actualmente no MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, com a curadoria de Pedro Gadanho e Sérgio Fazenda Rodrigues, apresenta-nos, sobretudo, a compreensão de um conjunto de obras de fotógrafos e artistas visuais seminais (Jeff Wall, Thomas Demand, Andreas Gursky, Thomas Ruff, Wolfgang Tillmans, James Welling, entre outros) pelo olhar da arquitectura, que exerce, na exposição, um discurso unificador das diferenças entre obras,…

A Confiança perdida é difícil de recuperar

Por Nuno Coelho

O J—A convidou Nuno Coelho (www.nunocoelho.net) para nos falar da Saboaria e Perfumaria Confiança em Braga, do processo de compra do edifício da fábrica pelo município em 2011 e do destino, ainda incerto, da sua ocupação na actualidade. Nuno Coelho é Designer de Comunicação e tem dedicado parte da sua investigação à história desta Fábrica. É autor da tese de doutoramento “O Design de Embalagem em Portugal no Século XX – Do Funcional ao Simbólico – O Estudo de Caso da Saboaria e Perfumaria Confiança”…

Habitação Acessível: que estratégia adoptar partindo de outras experiências europeias

Por Ricardo Prata

A adopção de medidas na área da Habitação não reúne consensos nos diferentes quadrantes da sociedade, mesmo considerando-se o direito ao seu usufruto uma base de partida estabilizada com o advento dos regimes democráticos na Europa.

Ivrea e Olivetti

Por João Rocha*

Quando Le Corbusier visitou a cidade de Ivrea em Itália pela segunda vez, em 1936, comentou que a avenida Guglielmo Jervis, via estruturante da cidade, era la strada più bella del mondo. O plano Director da autoria dos arquitectos Luigi Fini e Gino Pollini, acabara de ser publicado na revista Casabella, e Le Corbusier em contacto com Adriano Olivetti, não deixou de expressar o arrojo e visão do desenho e da arquitectura propostas para a nova cidade industrial Olivetti.

Eco-visionários

Por Paula Melâneo

Após Utopia/Distopia, o MAAT propõe uma segunda exposição-manifesto, Eco-Visionários: Arte, Arquitetura após o Antropoceno, para ver até 8 de Outubro.

Este projecto convoca mais de 35 autores de diferentes áreas, artistas e arquitectos a contribuir para a reflexão sobre o Antropoceno — expressão popularizada neste século para definir a possibilidade de uma nova época geológica, marcada pela acção humana no ambiente natural terrestre —, na contemporaneidade e no que se seguirá.

Contributo para a discussão pública do PNPOT

Por Tomás Reis

Na Discussão Pública do Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território (PNPOT), procurei dar o meu contributo. Este programa, além de definir as principais linhas orientadoras do Ordenamento do Território em Portugal durante a próxima década, vai certamente influenciar o Plano Nacional de Investimentos e o próximo Quadro Comunitário de Apoio, Portugal 2030.

Mulheres arquitectas e arquitectura: e se trocássemos umas ideias sobre o assunto?

Por Patrícia Santos Pedrosa

Durante sete meses, de Setembro 2017 a Março 2018, a associação Mulheres na Arquitectura (MA), em conjunto com a Secção Regional Sul da Ordem dos Arquitectos, organizou o que esperamos que seja o primeiro ciclo, de vários, das Conversas Arquitectas: Modo(s) de (R)exitir. Como era afirmado no texto de apresentação, apesar de as mulheres, em 2017, representarem cerca de 44% de inscrições na Ordem dos Arquitectos não surgem, tanto para o público em geral como entre pares, com uma visibilidade equivalente. O objectivo primeiro do ciclo de…

Sobre Nadir.

Por João Cepeda

À margem do Tâmega plantado, um corpo branco estende-se à beira-rio, na cidade (outrora) romana de Chaves.

Ao longe, um volume de um único piso, em betão branco aparente, repousa subtilmente sobre um conjunto de lâminas que o erguem do chão, refugiando-se das águas que, de quando em vez, ousam inundar a zona ribeirinha.

Somos encaminhados por uma ligeira rampa em granito, à cota alta.

O percurso – que estabelece a transição entre o centro histórico e as margens do rio, enaltecendo-o – faz-se (quase) sempre de olhos postos…

Sobre “o Público”* no Espaço

Por Wim Cuyvers

Pretendemos, continuamente, justapor o espaço público ao espaço privado numa oposição simples: queremos afirmar que o espaço público é o oposto do espaço privado e, de forma decisiva, formular uma definição de espaço público, por um lado, e de espaço privado, por outro. Mas tanto o espaço público puro como o espaço privado puro não existem; não podemos sequer esperar poder imaginar, inventar ou projectar espaço privado ou público puros. O espaço público puro (e, de facto, o espaço…

O Devir-Forma da Matéria

Por Susana Ventura

O livro Architectonica Percepta: Texts and Images 1989-2015, de Paulo Providência com fotografias de Alberto Plácido, foi publicado no final do ano de 2016 pela Park Books, uma editora Suíça dedicada a livros de arquitectura e áreas que lhe são próximas. Providência é arquitecto e Professor de arquitectura na Universidade de Coimbra, cuja obra está profundamente enraizada numa investigação persistente que ultrapassa a rígida nomenclatura da disciplina de arquitectura, procurando incorporar uma reflexão introspectiva a partir…

Street Art, Sweet Art.*

Por Pedro Bandeira

Há dois teóricos que reivindicam para si o mérito da atenção dedicada à relação entre a criatividade e a cidade — o primeiro é Charles Landry, o segundo é Richard Florida. Landry reclama ser o inventor do conceito Creative City uma epifania que teve no final da década de 80 e que, segundo o próprio, concentra-se “no modo como as cidades podem criar condições que permitam às pessoas e às organizações pensar, planear e agir com imaginação resolvendo problemas e desenvolvendo oportunidades”.…

A panificadora de Nadir Afonso

Por Catarina Ribeiro e Vitório Leite

“Aos olhos de um indivíduo, de uma família, ou até de uma dinastia, uma cidade, uma rua, uma casa, parecem inalteráveis, inacessíveis ao tempo, aos acidentes da vida humana, a tal ponto que se julga poder contrapor e opor a fragilidade da nossa condição à invulnerabilidade da pedra.”

Media, metodologia e arquitectura: MEDIATÉKHTON

Por Jorge Duarte de Sá

Os media refletem hoje uma dinâmica indiscutível em muitos campos das competências e das relações humanas, abrangendo aspectos sociais, económicos, culturais e mesmo espirituais, tornando-se assim “extensões” do próprio ser humano (McLuhan, 2008). A Arquitectura revela uma identidade e um pensamento na sua postura formal e temporal face à realidade; esteve desde sempre associada a um paralelismo entre estrutura e conceptualização, estética e extra estética, funcionalismo e ornamento. No entanto,…

Sobre o ensino da Arquitectura e o futuro profissional do Arquitecto

Por José Nuno Beirão

Num tempo em que cerca de quatro em cada mil habitantes em Portugal são arquitectos, para que serve um curso de Arquitectura?

Quais são os outputs profissionais possíveis (e alternativos às saídas convencionais) que o ensino da Arquitectura poderá promover?

Neste artigo argumenta-se que a formação do Arquitecto não serve essencialmente para a tradicional produção da Arquitectura, mas que possui a essência da formação necessária às profissões do futuro (aquelas…

Media & Arquitetura

Por Nelson Augusto

Acentuando a análise numa relação distópica, invoquemos os extremos para uma clara compreensão. A divulgação controlada da obra de Luis Barragán revela a importância desse compromisso. Arquitecto reconhecido pelo seu silêncio eclético tomou a decisão de controlar os moldes em que a projecção da sua obra deveria ser realizada. A delicadeza desta inquietação gerou um enorme interesse, muitas vezes fantasiado, tanto em torno do autor como da sua obra. Num outro espectro, Zaha Hadid encontrou…

Que vai ser de nós?

Por Rui Campos Matos

A grande novidade do incêndio que, este Verão, atingiu a Madeira, não foram os danos causados (em 2012 a devastação também foi grande) mas sim o facto de as chamas terem ameaçado o antigo Funchal de intramuros. Por algumas horas a baixa da cidade viu-se envolvida numa massa irrespirável de fumo que semeou o pânico entre a população.

Reportagem de Resposta Rápida sobre a Trienal de Arquitectura de Oslo

Por Inês Moreira

A Trienal de Arquitectura de Oslo (OAT) inaugurou no início de Setembro trazendo a Oslo uma comunidade internacionalmente mobilizada de profissionais, pensadores e académicos da arquitectura. Tendo vencido a open call curatorial, Luís Alexandre Casanovas Blanco, Ignacio G. Galán, Carlos Mínguez Carrasco, Alejandra Navarrete Llopis e Marina Otero Verzier reúnem na After Belonging Agency para analisar e expor o tema curatorial proposto: After Belonging – the objects, spaces and territories of the ways we stay in transit (Depois da Pertença – os objectos, espaços…

De La Ville à la Villa – Chandigarh Revisited

Por Marta Jecu

As pessoas podem sentar-se de uma forma bela também numa pedra...

Pó, condições climáticas, silêncio e som, ferrugem e ar são para Jonathan Hill ausências de matéria percepcionadas que, no entanto, se constituem fisicamente como arquitectura. No seu fascinante livro Immaterial Architecture representa este modelo de uma arquitectura que nasce do imaterial, contra a casa modernista que considera consistente, autónoma, sem desperdício. Transparência e luz, que personificam o modernismo, são para Hill uma camuflagem…

Uma Anatomia do Livro de Arquitectura

Por Inês Moreira

Uma Anatomia do Livro de Arquitectura é uma nova publicação de André Tavares que traz uma leitura aprofundada ao pensamento, práticas e labores por trás da publicação de livros de arquitectura, desde o período que antecede a invenção da prensa industrial e o efeito massivo da invenção de Johannes Gutenberg, à abordagem moderna à edição na área de arquitectura. Abordar o nascimento e vida da tradição disciplinar da produção de livros de arquitectura é obrigatoriamente…

XXL

Por Pedro Bandeira

Em 2004 fui convidado por Pedro Gadanho e Luís Tavares Pereira a participar na exposição Metaflux: duas gerações na arquitectura portuguesa recente – a representação oficial portuguesa na Bienal de Veneza. Confortavelmente à margem da “geração X” ou “geração Y”, integrei o grupo de artistas e arquitectos (Augusto Alves da Silva, Didier Fiuza Faustino, Nuno Cera + Diogo Seixas Lopes e Rui Toscano), concebendo uma instalação específica para o evento – o “Projecto Romântico”.

Os Vizinhos

Por Alexandra Areia

A Europa – e os tremendos desafios que hoje enfrenta – é um tema que, mesmo indirectamente, está sempre subjacente a Neighbourhood: Where Alvaro meets Aldo, a representação oficial portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza 2016, comissariada por Nuno Grande e Roberto Cresmacoli. A questão da Europa torna-se particularmente evidente em “Vizinhos”, a série de filmes documentais que acompanha a representação, realizada pela jornalista Cândida Pinto...

Arquitectura Re(a)presentada no trabalho de FG+SG

Por Fabrícia Valente

Falar de representação em Arquitectura pode conduzir-nos à leitura dos modelos institucionalizados que periodicamente expõem e debatem os diferentes contextos da disciplina, como são exemplo as grandes bienais internacionais, que dão lugar a espaços expositivos que também lançam a questão de como representar Arquitectura. Não havendo a possibilidade de ler a Arquitectura através da vivência dos espaços construídos é, de facto, a partir de documentos que conhecemos as suas obras.

Arquivo. Arquitectura. Território.

Por Lucinda Fonseca Correia

Decorreram simultaneamente, em Lisboa, as exposições Arquitectura em Concurso: percurso crítico pela Modernidade portuguesa e Inquéritos ao Território: Paisagem e Povoamento. A primeira exposição lança uma grelha de análise diacrónica dos concursos do último século em Portugal, visível na evolução das temáticas propostas: representação, instituição, espaço público, cultura, património, paisagem, lazer,…

Redacção de Crónicas para o J—A

Crónicas é o espaço em que o J—A publica breves opiniões e reflexões críticas sobre temas actuais relacionados com a arquitectura a sua relação alargada com a sociedade. Seleccionaremos contributos entre as 500/800 palavras que podem ser ilustrados. Se pretender contribuir para esta secção, envie-nos uma breve proposta do tema a abordar para ja@ordemdosarquitectos.pt